O município de Goiana foi a primeira
cidade brasileira a considerar oficialmente livres todos os seus escravos,
antes mesmo da Lei Áurea, por meio de um decreto de sua Câmara Municipal, de 25
de março de 1888. Foi também neste município, na antiga Aldeia de Itapecerica,
que aconteceu a primeira assembleia pública, em que os próprios índios solicitaram
um governo representativo no nosso País.
Importante ressaltar que esta cidade
foi sempre marcada pelo pioneirismo, tendo sido sede da primeira empresa de
transportes brasileira e no campo cultural foi o primeiro município em todo o
território nacional, a ter uma biblioteca e uma banda de música, a hoje
centenária Curica, fundada em 1848.
Até mesmo o prédio que abriga a sede
da Prefeitura, é um edifício histórico, assim como foi em Goiana, que no final
do século 19, foi construída uma das primeiras vilas operárias do Brasil, com
dezenas de casarios junto a antiga fábrica de Tecidos de Goiana. A própria
antiga Escola Municipal Manoel Borba, datada do século 17, teve sua construção
financiada por Vidal de Negreiros, herói nacional, então governador da
capitania de Pernambuco.
Marcada por este rico passado
histórico, nela também aconteceu a Epopéia das Heroínas de Tejucupapo, ocorrido
quando invasores holandeses, ameaçados pela Insurreição Pernambucana,
refugiaram-se em Itamaracá. No dia 24 de abril de 1646, munidas de paus,
pedras, panelas, pimenta e água fervente, as mulheres da Vila de Tejucupapo
atacaram e venceram os holandeses que ameaçavam suas terras e famílias. O
episódio marcou a história brasileira como uma das poucas batalhas a envolver a
participação coletiva de mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário